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Restrições mudaram os processos logísticos no mundo todo: inflação é a principal consequência
O mercado global enfrenta uma crise provocada pela escassez de contêineres que começou com a pandemia da covid 19 e chegou a pontos extremos em 2021, quando o aumento drástico dos fretes marítimos e o lockdown nos portos chineses mudaram os processos logísticos ao redor do mundo.
O cenário é desafiador. Mesmo com a produção voltando ao normal em Xangai, onde as restrições por causa da doença isolam a população há meses, o congestionamento portuário em toda a China continua quase duas vezes maior do que no início dos bloqueios.
O número de navios porta-contêineres esperando fora dos portos chineses hoje é 195% maior do que era em fevereiro. Porém, a própria China consegue, de certa forma, controlar a produção de equipamentos conforme lhe é mais viável. Já houve um momento em que as fábricas chinesas, responsáveis por 95% dos novos contêineres no mundo, reduziram de forma deliberada a produção, ocasionando ainda maior aumento dos fretes. Depois, a produção passou a aumentar e as taxas voltaram a cair. Há quem diga que a instabilidade varia de acordo com seus próprios interesses.
A questão é que, mesmo com os valores caindo temporariamente, os atrasos em razão dos bloqueios na China aumentam o tempo de trânsito nas rotas intra-asiáticas. E o vai e vem nos preços tornam o trânsito marítimo um grande desafio por causa da imprevisibilidade. Existe um caos e o mercado muda a cada momento. Talvez hoje mantenha-se a falta de caminhoneiros e espaços nos armazéns, talvez amanhã as matérias-primas possam se tornar caras e os transportes adiem a produção, talvez o lockdown afrouxe e o fluxo normalize aos poucos. Mas e o Brasil, como é afetado?
Com as medidas restritivas impostas em mais de dez cidades chinesas, problemas na rota asiática e conflito entre a Ucrânia e a Rússia, o Brasil sofre as consequências principalmente com a alta inflação de demanda, quando o preço dos produtos sobem por falta de oferta. O prejuízo econômico já é uma realidade, sobretudo nos setores agropecuário, automotivo e combustíveis. A expectativa de que a cadeia produtiva seja recuperada não deve ser concretizada tão cedo e a alta dos preços continuará sendo uma realidade para os consumidores brasileiros.
Por Vinicius Lisboa – Consultor em negócios internacionais e CEO na Victoria Advisory.
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