Lockdown na China afeta o mercado logístico global

Aumento das taxas de juros e preço da matéria-prima são resquícios da pandemia

Recentes bloqueios na China, que enfrenta uma nova série de rígidas restrições devido as variantes da covid-19, reduziram os preços do petróleo abaixo de US$ 100 o barril, levantando incertezas sobre a expansão da economia global, também prejudicada pelo aumento da inflação e a guerra entre Russia e Ucrânia.

Porém, os contratos futuros do barril de petróleo começaram a crescer, deixando, talvez de lado, as expectativas de que os produtos poderiam ser negociados a baixo custo de forma duradoura.

As restrições na China são resquícios de uma pandemia que ainda não acabou. Além do petróleo, a rede de suprimentos, a soja, a madeira, o algodão, entre outras mercadorias, são exemplos de matérias-primas que sofrem com as limitações nas importações e exportações devido aos lockdowns que afetam atualmente o país.

O CEO da Victoria Advisory, Vinícius Lisboa, explica que a China enfrenta um grande desafio: “As restrições provenientes da pandemia afetam profundamente a população, principalmente em relação à taxa de juros.

Há uma grande preocupação com o fornecimento de alimentos e de combustível. A capacidade das famílias de gastar amplamente deverá desacelerar nos próximos meses, causando maior amortecimento econômico”, afirma.

A falta de contêineres, atrasos nos prazos, a nova paralização das atividades na China devido ao retorno da pandemia, irão adiar o cenário positivo nos portos por, pelo menos, os próximos meses.

“Aliado ao cenário da guerra, a tendência é o congestionamento de cargas, atrasos. O transporte marítimo enfrenta uma situação complexa e grave, pois o lockdown irá criar um efeito cascata”, explica Vinícius.

O valor de frete para contêineres entre o Brasil e a China teve um forte aumento entre 2020 e 2021, tendo uma queda em janeiro de 2022. Porém, com o o novo surto de Covid na China, a previsão é que haja uma nova alta nos preços:

“A China possui uma preocupação extrema com a covid-19. Acredito que, obviamente, com todas as medidas de segurança necessárias, é preciso criar meios seguros de liberar os portos a continuarem com as importações e exportações. O cenário atual já está causando problemas sérios que afetam a população, como altas taxas de juros, de alimentos e matérias-primas. Esse clima deixa todos em um estado muito ruim de vulnerabilidade”, conclui.

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