Relação bilateral entre Brasil e Canadá deve expandir os negócios e fortalecer o comércio internacional

*Por Vinícius Lisboa

O intercâmbio comercial Brasil-Canadá ganhou dinamismo e relevância nos últimos anos, principalmente porque as empresas dos dois países avançaram nas oportunidades de negócios. A intensificação das relações tornou-se mais forte, afinalos canadenses viram no Brasil um grande potencial para promover alternativas de exportação e importação de maneira mais arrojada, sem depender tanto dos Estados Unidos, por exemplo.   

O Canadá é uma referência em fonte de matéria prima. A indústria da mineração é líder global de potássio, além de estar classificada entre as cinco maiores produtoras de cobalto, diamantes, ouro, níquel, platina e urânio. O lítio também aparece em grande demanda e ainda deve dobrar até 2025, à medida em que os países pretendem reduzir a dependência de combustíveis fósseis e reduzir as emissões de carbono.

Mas como esse cenário influencia o dia a dia da população?

Os minerais e metais produzidos pela indústria da mineração do Canadá constituem as principais matérias-primas para produtos que fazem parte do cotidiano e para o avanço das tecnologias, que ajudarão a sustentar o padrão de vida das pessoas no futuro: de fertilizantes e materiais de construção até smatphones, carros elétricos e células solares. Especialistas sinalizam o potencial do país para se tornar uma peça de topo no mercado global de baterias, também graças a essa exploração.

Em relação aos negócios entre o Canadá e Estados Unidos, autoridades de vários governos canadenses e da indústria madeireira estão desapontadas com os EUA, que dobrou a tarifa sobre a madeira de fibra proveniente do Canadá. Os EUA afirmam que os produtos canadenses são mais baratos no varejo e que impor as taxas é uma forma de incentivar os consumidores a comprarem a madeira americana. Mas a iniciativa prejudica comunidades, empresas e trabalhadores canadenses que, ao terem os impostos aumentados, têm também maiores custos de habitação, reformas e aluguéis em um momento em que a acessibilidade da habitação já é uma preocupação significativa no país.

Líder no mercado global de semicondutores, o Canadá tem o potencial para ser o maior desenvolvedor, fabricante e fornecedor global desses produtos incorporados em processos tecnológicos mais inovadores, incluindo veículos elétricos, dispositivos médicos, eletrônicos de consumo, agricultura de precisão, entre outros. Investir em uma indústria doméstica de semicondutores permitirá que o país se torne líder em indústrias emergentes, como a inteligência artificial e a produção de bateria e tecnologia limpa.

Com esse fortalecimento, o Canadá abrirá portas para expandir os negócios, inclusive com o Brasil.  A relação comercial bilateral entre os dois países já mostram expansão, mas ainda há muito espaço para ampliar a parceria. As projeções são otimistas para o futuro, levando em consideração que, durante a pandemia da covid-19 e seus impactos sobre a atividade econômica, as exportações brasileiras ao Canadá aumentaram quase 30%. As empresas canadenses também investiram no Brasil em áreas diversificadas como a construção civil, infraestrutura de transportes, saneamento, mineração e energia.

Com a finalidade de elevar o nível de acesso ao mercado entre Brasil e Canadá, há propostas específicas no comércio de serviços que envolvem a facilitação do trânsito de prestadores de serviços entre ambos, redução de custos de fretes marítimos, equivalência de diplomas profissionais, abertura de mercados e facilitação dos processos de emissão de vistos de trabalho entre os dois países. Embora as relações entre canadenses e brasileiros ainda sejam pequenas em relação ao potencial de negócios que os dois podem ter em conjunto, já é possível vislumbrar uma expansão da parceria no mercado global, que irá fomentar negócios e aquecer a economia ao aumentar a competitividade no mercado internacional.


*Vinicius Lisboa é consultor em negócios internacionais e CEO at Victoria Advisory.

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