Como empreendedores podem garantir bons negócios internacionais?

As possibilidades para o setor estão tanto na exportação quanto na importação  

É bom estar atuante no Comércio Exterior Brasileiro há muitos anos e perceber que, apesar das circunstâncias que às vezes trazem cenários mais temerosos, muitas são as oportunidades para os empreendedores do nosso país. Tais possibilidades se abrem tanto na exportação quanto na importação.

No entanto, é de suma importância entender os meandros comerciais e burocráticos do Brasil e dos países de interesse da empresa ou do iniciante no comércio exterior mundial, assim como os fatores políticos, culturais e sanitários que podem influenciar os negócios.

A Organização de Comércio Internacional (WTO) projetou para 2022 um crescimento do comércio mundial de 3,5% e, para 2023, uma expectativa de apenas 1%. O declínio se deve aos desafios econômicos de vários países, guerra e reorganizações políticas e econômicas.

Ou seja, percebe-se que a vulnerabilidade se mantém alta, por isso é preciso contar com a orientação de quem entende de negócios internacionais para mitigar os riscos. A seguir vou elencar alguns dos desafios.

Desafios x oportunidades

Um dos desafios é a China, que permanece com a política de eliminar a Covid-19 e ainda registra paralisações temporárias no campo da produção e logística. Outro desafio é o crescimento da demanda de combustíveis frente a uma crise energética na Europa que pode afetar o Brasil e o mundo em aumento de custos.

Isso não significa existir e persistir somente riscos, todo cenário de volatilidade traz em si oportunidades diversas, principalmente para quem conhece seu produto e seus clientes. É preciso analisar setores e nichos que se beneficiam dessa alta demanda que gera escassez e se mover em busca de soluções para problemas, soluções, produtos e desenvolvimentos.

Outro desafio no pós-pandemia é o de acertar os estoques que foram superestimados para evitar a falta de partes, peças ou mercadorias. Em alguns casos, eles chegaram com atraso e perderam o tempo previsto de venda. O que vem ocorrendo é um ajuste geral, lançando um olhar para as promoções de fim de ano, algo que tem acontecido mundialmente.

É preciso lembrar que, nesse contexto, a indústria busca a normalidade de linhas de produção, automação e inovação, ficando o setor de distribuição e consumo agitado para a entrega ao cliente. Por isso é importante focar em um ajustamento de estoque a fim de encontrar uma nova normalidade de gestão de compras e logística que sejam pautadas em dados e conhecimento de mercado e o potencial da venda eletrônica (e-commerce).

Destaco ainda que a logística, que por muito tempo ficou só nas premissas financeiras de estoques inteligentes para não onerar fluxos de caixa e crédito, passou a discutir a razão de ser de muitos negócios. Um exemplo, e todos nós sabemos, foi o que afetou a escassez de supercondutores para a indústria de eletrônicos, equipamentos robóticos, carros e caminhões entre outros ou ainda o que afetou a entrega de celulares ou aparelhos de TVs nas lojas.

Nesses casos, os times de Comércio Exterior e Logística foram demandados com seus planejamentos diários a construir soluções para os mercados locais, regionais e mundiais quase como heróis. O que fez todos terem que testar as suas ações de contingência e gerenciamento de riscos sobre situações de impacto e construir muitas vezes em tempo recorde relação com novos fornecedores ao redor do mundo, alargando suas cadeias de supply chain e simplificando suas formas de validação. 

Transformação na rapidez dos consumidores

O estudo “Increasing Supply Chain Agility”, realizado pela consultoria McKinsey, revelou que 77% dos consumidores trocaram de lojas, marcas ou a forma que compravam do físico para o on-line e que a maioria das mudanças foi por necessidade. Isto ocorreu no exterior e também no Brasil e significa que empresas que conseguiram ter produtos em oferta para os consumidores, mesmo diante destes desafios de mercado, obtiveram sucesso.

Nós, da Victoria Advisory, observamos isso nos clientes tradicionais e novos. A consultoria tinha um conhecimento robusto na área automotiva, ampliou segmentos de atuação usando a sua expertise para outros setores que precisavam de novos fornecedores principalmente da Ásia e da Europa. Estabelecemos contatos e parcerias na área de alimentos e bebidas, saúde, tratores e máquinas pesadas, eletrônicos, design, bazar, brinquedos, entre outros.

Um outro ponto bastante importante para o empreendedor brasileiro: ele precisa entender e gostar do seu produto, pois aliado a esse know-how do próprio empreendedor nós podemos aliar um custo-benefício que o favoreça com a nossa expertise. É que os produtos similares foram utilizados e aprovados em tempo de escassez e se mostraram um nicho interessante de negócios para os empreendedores.

Nossas recomendações são sempre por buscar as especificações técnicas com preço e qualidade, além de organizar os custos logísticos com inspeções, aquisições de amostras, consolidações de compras, eficiência logística – a que busca tempo e preço. Ou seja, é necessário se movimentar na rapidez dos consumidores.

Isso significa que o mercado mundial está mais dinâmico, fragmentado e requer diferentes fontes de fornecedores e opções logísticas. Estar capacitado a entender tais mudanças e usá-las a seu favor pode fazer diferença. É preciso contar, por exemplo, com o acompanhamento das etapas do pedido à entrega no estoque do importador, da produção ao embarque, do transporte internacional, da agilidade da atuação no desembaraço aduaneiro local e possíveis ações necessárias para explicações e liberações de mercadorias nos portos e aeroportos. Além disso, também é necessário alinhavar como será o transporte doméstico e acertar a entrada no estoque. Tudo para garantir a alocação do produto para venda de maneira ágil e integrada. E isso é agilidade e também o cerne do serviço da Victoria Advisory. 

Dito isso, podemos eleger três prioridades para 2023:

  • Resiliência: estar atento e preparado para novas mudanças de cenários em diferentes aspectos;
  • Agilidade: equipar os empreendedores com capacidade de atender de maneira planejada e, ao mesmo tempo, garantir novas oportunidades de consumo e desenvolvimento para o mercado;
  • Sustentabilidade: focar na melhoria dos processos, seja por razão econômica, social ou ambiental.

Se conseguir garantir sinergia nos três vértices, o caminho do sucesso pode estar garantido!

Por Ana Gumy Block, executiva de Desenvolvimento de Negócios & Marketing da Victoria Advisory.

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