Recorde das importações da China pelo Brasil mostra que é hora de consolidar negociações com os BRICS

Empresas devem se posicionar para aproveitar oportunidades com parceiros

As importações brasileiras de produtos de bens de consumo da China já representam, nos primeiros seis meses de 2025, 26,3% do total comprado pelo país. O índice é um recorde histórico, com alta de 22,2%, o que significa que a China vendeu 35,7 bilhões de dólares ao Brasil. Os principais produtos importados foram carros, eletroportáteis e eletroeletrônicos chineses.

Esse movimento foi acompanhado por uma escalada de redução na dependência brasileira de produtos americanos, que fechou o primeiro semestre perto do menor patamar em uma década. Isso significa que o mercado brasileiro está cada vez mais próximo da China, considerando ainda as novas perspectivas de negociação, colocadas pela tarifa de 50% dos Estados Unidos aos produtos brasileiros.

Consolidação de negociações com os BRICS pode trazer vantagens ao Brasil

Em termos estratégicos, o avanço das mercadorias chinesas indica que é um bom momento para o Brasil investir mais em negociações com os países do BRICS, bloco formado inicialmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Recentemente, o grupo expandiu-se para incluir também Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã.

“A cadeia de conhecimento proporcionada pelos BRICS, a partir das relações próximas entre Brasil e China, dá uma margem de negócios muito positiva para o nossos país, considerando que o mercado chinês se apresenta muito inclinado a transações comerciais efetivas”, avalia o CEO da Victoria Advisory, Vinicius Lisboa.

Lisboa destaca que o Brasil tem muito a ganhar, especialmente se conseguir estabelecer seus interesses de forma mais concreta na agenda de negociações como o país asiático. “O investimento em infraestrutura é um campo promissor, visando o crescimento das nossas exportações”, indica.

Outro reflexo dessa proximidade é a possibilidade de expansão de mercado na América Latina. “Isso pode ocorrer devido a nossa cadeira industrial. Precisamos lembrar daquela máxima: quem importa, exporta. Nessa linha, é evidente que podemos comprar produtos da China, fazer composição e incrementar, e exportar para outros países”, analisa Lisboa.

Empresas devem se posicionar para aproveitar oportunidades

O século XXI e a globalização exigem facilidades para que os fluxos comerciais aconteçam. O cenário internacional, marcado pela era da informação, mostra que a tecnologia reduz a distância entre os países, proporcionando aos segmentos comerciais alinhamentos ágeis.

Para Vinícius Lisboa, é fundamental negociar com novos parceiros. Para tanto, as empresas devem fazer uma leitura de segmento e se inserirem. “A organização deve estar preparada burocraticamente, passar por uma reanálise contábil e tirar as certificações nacionais e internacionais necessárias, verificando possíveis clientes e fornecedores para entrar em novas parcerias”, orienta.


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