Indicação é que importadores brasileiros ficam de olho nas soluções considerando a medida antidumping

O governo brasileiro anunciou a aplicação de direitos antidumping definitivos sobre as importações de fibras sintéticas de poliéster originárias da China, Índia, Tailândia e Vietnã. A medida, válida por até cinco anos, busca conter práticas de concorrência desleal identificadas em investigação aberta em março de 2024, pela Câmara de Comércio Exterior (Camex). O Comitê Executivo de Gestão (Gecex) concluiu que empresas desses países exportavam fibras ao Brasil por valores inferiores aos praticados em seus próprios mercados internos, prejudicando a indústria nacional.
Como contrapartida, o governo estabeleceu alíquotas específicas em dólares por tonelada, variando conforme país e exportador. As principais tarifas aplicadas foram: China, de US$ 74,98/t a US$ 390,94/t, conforme o produtor; Índia, sobretaxa de US$ 194,69/t para grupos como Reliance Industries e Indo Rama Synthetics; Tailândia, US$ 171,21/t, com exceção da Zhongthai Chemical Fiber Co., Ltd; e Vietnã, US$ 297,95/t para a maioria dos exportadores, exceto a Vietnam New Century Polyester Fibre Co., Ltd. O antidumping busca nivelar a concorrência e trazer alívio às indústrias têxtil e de confecções brasileiras, que dependem fortemente da fibra sintética de poliéster.
É importante mencionar que a medida implica custos adicionais nas importações. Segundo Vinícius Lisboa, CEO da Victoria Advisory, é preciso avaliar o cenário com visão estratégica. “Essa sobretaxa, sem dúvida, pressiona os custos de quem depende das fibras importadas. No entanto, também abre espaço para que as empresas busquem fornecedores alternativos e negociem condições mais equilibradas”, orienta.
O executivo reforça que, apesar do impacto imediato, há potencial de transformação. “Nosso papel na Victoria Advisory é apoiar os clientes para que convertam esse desafio em vantagem competitiva. A diversificação de cadeias de suprimentos, o uso de inteligência de mercado e o planejamento tributário podem reduzir riscos e gerar ganhos de médio e longo prazo”, destaca.
A resolução publicada no Diário Oficial da União estabelece que as importadoras brasileiras deverão recolher a sobretaxa a partir de sua vigência. O prazo de até cinco anos poderá ser prorrogado, caso novas avaliações confirmem a persistência de práticas desleais.
Para empresas que atuam com fibras sintéticas, esse é o momento de repensar estratégias logísticas, revisar contratos e antecipar tendências globais. A Victoria Advisory seguirá acompanhando de perto os desdobramentos dessa medida, oferecendo análises e soluções personalizadas.